Sugestões das setoriais orientam as prioridades do Programa Cientista Chefe na PGE-CE

30 de janeiro de 2024 - 18:01

Pesquisadores fazem levantamento das principais demandas em rodadas de reunião com gestores e servidores da Procuradoria-Geral

Desenvolver robôs digitais para executar tarefas de forma autônoma e canalizar esforços em análises mais complexas são alguns dos resultados esperados para o Programa Cientista Chefe na Procuradoria-Geral do Ceará (PGE-CE). Durante este mês de janeiro a equipe de pesquisadores que atua na iniciativa, a gestão da Procuradoria-Geral e representantes de todas as setoriais realizaram reuniões para tratar de fluxos e procedimentos e de como algumas demandas podem passar a ser atendidas de forma mais eficiente com o uso da tecnologia.

Ao unir representantes da academia e da gestão pública, o Programa Cientista Chefe busca implementar soluções inovadoras em ciência e tecnologia para aprimorar os serviços prestados por secretarias e órgãos estaduais. Na PGE-CE, esse trabalho começou a ser desenvolvido no segundo semestre de 2023.

“As reuniões com as setoriais foram fundamentais para o direcionamento do trabalho da equipe de pesquisadores considerando o objetivo central do Programa, pois permitiram uma melhor compreensão das principais demandas e oportunidades de aplicação de Automação Robótica de Processos e Inteligência Artificial na otimização dos trabalhos internos da Procuradoria”, explica Rommel Dias Saraiva, professor da Universidade de Fortaleza e integrante da equipe do Programa Cientista Chefe da PGE-CE, formada por pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará e da Unifor.

Identificação de prioridades

Todas as setoriais da Procuradoria-Geral participaram de reuniões com a equipe de cientistas realizadas recentemente. “Com as sugestões dadas pelas setoriais, identificamos, por exemplo, tarefas manuais de alto volume, repetitivas e baseadas em regras, nas quais iremos recorrer à robotização para aprimorar os trabalhos internos do órgão”, diz o pesquisador.

O procurador-geral executivo assistente da PGE-CE, Iuri Chagas de Carvalho, destacou a importância desse diálogo para conhecer melhor os fluxos internos, identificar dificuldades comuns e as peculiaridades de cada setorial. “Os setores da PGE possuem rotinas em comum, mas questões operacionais específicas, uma vez que o espectro de atuação e competências da instituição é bastante diversificado. Temos um órgão de execução programática dedicado, por exemplo, às ações de saúde, o qual exige especial atenção ao fluxo de cumprimento de decisões judiciais. Há setores dedicados às licitações, à inscrição e cobrança em dívida ativa, e tantos outros, sendo necessário que as atividades e serviços prestados sejam céleres e eficazes. Sem dúvida, as ferramentas de automação cumprem papel crucial neste desafio”, avalia o procurador.

Nesse sentido, a próxima etapa do Programa Cientista Chefe consiste em elencar as tarefas citadas pelas setoriais e priorizá-las com respeito aos impactos identificados e ao esforço necessário para a realização. “Isso será apresentado aos gestores da Procuradoria para validação. Em seguida, desenvolveremos robôs digitais para elas, que serão programados para executá-las de forma autônoma, reduzindo o tempo de execução e aumentando a eficiência das setoriais”, explica o professor Rommel.

Para a orientadora da Célula da Dívida Ativa da PGE-CE, Ana Cláudia Ribeiro, a iniciativa é muito importante para ampliar a eficiência na área em que atua. “A inteligência artificial e a robotização vêm trazer benefícios para que a gente possa trabalhar de uma forma mais inteligente, ou seja, a gente robotiza aquilo que se repete, que não agrega tanto valor e passa a usar nossa inteligência humana, em contrapartida, para tratarmos e trabalharmos em cima de processos mais complexos, que poderiam trazer um retorno bem maior para a instituição”, diz a servidora.

A coordenadora da Central de Licitações da PGE-CE, Valéria Rodrigues, também considera que os processos licitatórios podem ganhar agilidade com o Programa Cientista Chefe. Ela exemplifica que há licitações que envolvem cerca de 300 itens e que a automatização das codificações e lançamentos no sistema poderia acelerar esse trabalho. “Isso pode beneficiar as licitações, ao trazer melhorias na celeridade dos processos e nos lançamentos nos sistemas dos itens a serem licitados, que atualmente é uma grande demanda”, ressalta.